Já passou pelo inconveniente de estar em um cômodo ou ambiente sem tomadas suficientes? Esse é um problema de planejamento elétrico que pode ir além de um mero incômodo e se tornar uma questão de segurança para os moradores. Isso porque para resolver a má distribuição de tomadas, é comum recorrer ao uso de extensões, réguas e “tês” ou “benjamins”, que podem gerar uma sobrecarga do ponto onde estão conectados.
Neste texto você vai conferir indicações das normas de segurança sobre tomadas em instalações elétricas de baixa tensão, além de dicas para planejar a distribuição de tomadas na sua casa.
O que diz a norma sobre a distribuição de tomadas?
No Brasil, a principal normativa que oferece orientações para o planejamento de tomadas e interruptores é a NBR 5410, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
De acordo com a norma, a quantidade e a distribuição de tomadas deve ser feita conforme a função do local e dos equipamentos elétricos que serão utilizados.
A estética do ambiente deve, claro, ser levada em conta, uma vez que o excesso de pontos de tomada pode prejudicar o espaço visualmente.
No entanto, em termos de segurança, alguns critérios mínimos devem ser utilizados:
- Em banheiros, é necessário pelo menos um ponto de tomada;
- Em cozinhas, copas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada para cada 3,5m de perímetro, ou fração. Além disso, acima da bancada da pia é necessário ao menos duas tomadas, podendo ser em pontos separados ou no mesmo ponto;
- Em varandas, é preciso ao menos um ponto de tomada. No caso de varandas com área inferior a 2m² ou profundidade inferior a 80cm, a tomada não precisa ser instalada necessariamente na varanda, mas deve estar próxima ao seu acesso;
- Em salas e quartos devem ser instalados ao menos um ponto de tomada para cada 5m de perímetro, ou fração, sendo esses pontos espaçados o mais uniformemente possível.
Já para os demais cômodos e dependências, a regra vale de acordo com a área:
Área igual ou menor que 2,25m²: um ponto de tomada, que pode ser posicionado externamente, a até 0,80m da porta de acesso ao cômodo;
Área entre 2,25 m² e 6 m²: ao menos um ponto de tomada;
Área igual ou maior que 6m²: um ponto de tomada para cada 5m de perímetro, espaçando os pontos de maneira uniforme.
Outras dicas para distribuição de tomadas
Além das medidas mínimas de segurança que estão previstas na NBR 5410, algumas dicas podem auxiliar no momento de planejar a distribuição de tomadas na sua casa. Confira algumas:
Identifique os principais ambientes de uso
No momento de projetar a instalação elétrica, é essencial que os principais ambientes de uso da casa sejam identificados logo cedo. Isso vale para os cômodos em relação à casa e para os espaços em relação aos cômodos. Cada local terá diferentes necessidades de alimentação elétrica conforme as atividades que serão realizadas lá.
Nas salas de estar e dormitórios, em geral, a demanda costuma ser menor que cozinhas e escritórios. Porém, é importante garantir que tenha tomadas suficientes para acomodar dispositivos eletrônicos, carregadores e fontes de iluminação.
A cozinha é na maioria das vezes o local que requer a distribuição de tomadas mais cuidadosa, para que eletrodomésticos e outros dispositivos possam ser acomodados com eficiência — considerando aqueles aparelhos que terão um local fixo e as tomadas que ficarão disponíveis para outros aparelhos de uso mais eventual.
Os banheiros, como vimos, precisam de no mínimo um ponto de tomada instalado. Entretanto, é de se considerar uma tomada dupla neste ponto ou até mais de um ponto quando se sabe que muitos dispositivos elétricos serão utilizados ali, como pranchas e secadores de cabelo, barbeadores elétricos, entre outros. A instalação também deve levar em consideração o cuidado com fontes de água muito próximas, como torneiras e chuveiros.
Com a popularização do home office nos últimos anos, é comum que mais projetos já incluam um escritório ou área da casa destinada ao trabalho. A distribuição de tomadas nesse ambiente também requer uma atenção especial, considerando não apenas a alocação de computadores, impressoras e outros equipamentos que você já possui, mas também aqueles que poderá adquirir no futuro.
Considere desde já as atualizações futuras
E falando em aquisições futuras, essa dica serve não apenas para o escritório, mas para a instalação elétrica da casa como um todo. Ao planejar a distribuição de tomadas, é importante considerar não apenas as necessidades atuais, mas também possíveis atualizações futuras.
Antes de finalizar o layout da instalação, considere se haverá espaço para expandir ou atualizar esse ambiente. Instalar algumas tomadas extras agora garante maior flexibilidade para mudanças e pode evitar reformas mais caras em outro momento.
Não subestime a área externa
No seu plano de distribuição de tomadas, não esqueça de incluir uma quantidade razoável de pontos de energia de acordo com o tamanho do seu quintal, jardim, varandas ou demais áreas externas de entretenimento.
Dessa forma você garante alimentação para iluminação, sistemas de som, equipamentos de jardinagem e demais dispositivos utilizados ao ar livre sem a necessidade de puxar extensões das tomadas internas da casa.
Nesse caso, certifique-se de que as tomadas sejam resistentes às condições externas e estejam devidamente protegidas contra água e umidade.
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